Introdução ao Tesouro Direto
Origem e objetivo do Tesouro Direto
O Tesouro Direto foi criado em 2002 com um objetivo simples: democratizar o acesso dos brasileiros aos títulos públicos, porque nesta época somente os grandes investidores conseguiam comprar esses papéis, e agora, qualquer pessoa com um celular na mão e R$30 no bolso já pode começar.
Como funciona o Tesouro Direto
Na prática, quando você compra um título do Tesouro Direto, você está literalmente emprestando dinheiro para o governo em troca de uma rentabilidade combinada. Vamos explicar: é como se você fosse o “banqueiro” do Estado, só que, claro, com toda a segurança que isso implica.
Por que investir no Tesouro Direto?
Segurança e garantias
Quer um investimento quase à prova de sustos? O Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do país, já que tem a garantia do próprio governo federal, ou seja, quase 0% de chance de levar um calote.
Acessibilidade para iniciantes
Você não precisa ser milionário para investir, com valores a partir de R$30, já dá para comprar uma fração de um título e começar sua jornada no mundo dos investimentos.

Rentabilidade atrativa
Comparado à poupança, por exemplo, o Tesouro Direto costuma render muito mais, seja acompanhando a taxa Selic, seja acompanhando a inflação (IPCA) ou oferecendo uma taxa fixa (Prefixado).
Tipos de Títulos do Tesouro Direto
Tesouro Selic
Ideal para quem quer liquidez e segurança, como o nome já diz, ele acompanha a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia e atualmente a Taxa Selic está em 14,25%a.a.
Tesouro Prefixado
Neste tipo de título, você já sabe exatamente quanto vai ganhar no vencimento, ou seja ótimo para quem não gosta de surpresas.
Tesouro IPCA+
Aqui, o seu investimento cresce conforme a inflação (IPCA), com o acréscimo de mais uma taxa fixa. Excelente para manter e aumentar o poder de compra ao longo do tempo, aquele famoso juros compostos.
Comparação entre o Tesouro Direto com outros títulos de renda fixa
O Tesouro Direto se destaca entre os investimentos de renda fixa para reunir uma combinação de vantagens que vão desde a segurança até a acessibilidade. Veja os principais benefícios em relação a outros títulos como CDB, LCI, LCA e fundos DI:
1. Segurança soberana
Os títulos do Tesouro Direto são garantidos pelo governo federal, considerado o emissor de menor risco do país. Isso significa que o risco de calote é extremamente baixo, já que o próprio governo é o responsável pelo pagamento.
Em comparação, títulos privados como CDBs, LCIs e LCAs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas apenas até R$ 250 mil por CPF e instituição, enquanto o Tesouro Direto não tem esse limite, pois o risco de crédito é do governo federal.
2. Liquidez diária
O Tesouro Direto oferece títulos diários: é possível vender os títulos de volta ao Tesouro em qualquer dia útil, recebendo o dinheiro até no mesmo dia. Porém muitos CDBs, LCIs e LCAs têm prazos de carência ou liquidez apenas no vencimento, dificultando o resgate antecipado sem perdas ou perdas.
3. Acessibilidade
Não há valor mínimo fixo para investir no Tesouro Direto, tornando-o acessível para qualquer investidor, inclusive iniciantes, e é possível comprar frações de títulos, democratizando o acesso ao investimento público. Enquanto outros níveis de renda fixa exigem valores mínimos mais altos para aplicação inicial.
4. Diversidade de opções
O Tesouro Direto oferece diferentes tipos de títulos: prefixados, pós-fixados (Selic) e híbridos (IPCA+), além de produtos voltados para aposentadoria e educação, como o Tesouro RendA+ e Educa+. Isso permite ao investidor alinhar o investimento a diferentes objetivos, prazos e necessidades, com previsibilidade de rendimento ou proteção contra a inflação.
5. Baixa volatilidade e previsibilidade
Títulos como o Tesouro Selic apresentam baixa volatilidade e são ideais para quem busca estabilidade e reserva de emergência, pois praticamente não sofrem oscilações negativas em caso de resgate antecipado.
Em títulos prefixados, o investidor sabe exatamente quanto receberá no vencimento, trazendo previsibilidade para o planejamento financeiro.
6. Facilidade e transparência
Todo o processo de investimento, acompanhamento e resgate é feito online, de forma simples e transparente, com informações públicas e atualizadas diariamente. Isso facilita o controle e o planejamento do investidor, sem surpresas ou custos escondidos.
Resumo comparativo: Tesouro Direto x Outros títulos de renda fixa
Benefício | Tesouro Direto | CDB/LCI/LCA/Fundos DI |
Segurança | Garantia do Tesouro Nacional (risco soberano) | Garantia FGC (limite de R$ 250 mil) |
Liquidez | Diário, sem carência | Pode ter carência ou só no vencimento |
Acessibilidade | Sem valor mínimo | Valores mínimos variam |
Diversidade | Vários tipos e prazos | Menos opções de indexadores |
Facilidade | 100% online, transparente | Varia conforme instituição |
Previsibilidade | Alta (prefixado e Selic) | Depende do produto |
O Tesouro Direto é, portanto, uma alternativa de baixo risco, flexível, acessível e com liquidez superior à maioria dos títulos privados, sendo especialmente recomendado para quem busca segurança, facilidade e diversificação na renda fixa.

Passo a passo para começar a investir
1. Abrir uma conta
O primeiro passo é simples: abra uma conta em uma corretora de valores, ou pode ser também um banco digital como o Inter ou Nubank, pois precisam que sejam habilitados para operar o Tesouro Direto, a grande maioria são gratuitas e 100% digitais.
2. Escolher o título ideal
Analise seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros. Por exemplo: Quer algo para o curto prazo? Ou está pensando em aposentadoria?
3. Realizar a primeira compra
Depois de escolher o título, basta transferir o dinheiro para a corretora e fazer a compra pela plataforma, com poucos cliques, você já será um investidor!
Estratégias para investir melhor
Saber para que você está investindo faz toda a diferença. Você precisa saber respondar algumas perguntas como: Quer formar uma reserva de emergência? Comprar uma casa? Aposentar-se cedo?
Pois cada título tem um vencimento específicoe você precisa alinhar esse prazo com seus planos para evitar ter que vender antes da hora.
E algo muito importante é diversificar seus investimentos, ou seja, não coloque todos os ovos na mesma cesta, aprenda a combinar diferentes tipos de títulos para equilibrar segurança e rentabilidade.
Custos e impostos no Tesouro Direto
1. Taxa de custódia
É uma taxa cobrada pela B3 (bolsa de valores) para guardar seus títulos, atualmente, é de 0,2% ao ano que será cobrada nos seguintes casos:
- Na venda antecipada: Você comprou um título Tesouro e decide vendê-lo antes da data de vencimento, nesse caso, a taxa de custódia será deduzida do valor que você receberá.
- No vencimento da posição: Você comprou um título Tesouro Prefixado 2026, caso você mantiver o título até essa data, a taxa de custódia será deduzida do valor.
- Nos eventos de custódia (pagamento de juros): Você comprou um título Tesouro IPCA 2035 com juros semestrais. Neste caso cada pagamento de juros (6 meses), a taxa de custódia será deduzida dos juros que você receberá.
Importante: Para o Tesouro Selic, não haverá taxa de custódia para valores de até R$ 10.000,00 por CPF, porém acima desse valor, a taxa será cobrada apenas sobre o excedente.
Imposto de Renda e IOF
O IR incide apenas sobre os rendimentos, seguindo a tabela regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menos imposto você paga. O imposto de Renda cobrado no Tesouro Direto são os mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa, como fundos de investimento e CDBs, veja abaixo:
- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
- 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
- 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
- 15% para aplicações com prazo acima de 721 dias.
Outra taxa é o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), para resgates da aplicação em menos de 30 dias, o que pode “comer” parte dos seus ganhos.
Erros comuns ao investir no Tesouro Direto
- Descobrir que só existe um tipo de título: O Tesouro Direto oferece três modalidades
- Desconsiderar custos: Há incidência de IOF nos primeiros 30 dias, imposto de renda regressivo e taxas de custódia da B3.
- Resgatar antes do vencimento: alguns títulos podem sofrer desvalorização se vendidos antes do prazo. Prefira o Tesouro Selic para liquidez imediata
- Confundir Tesouro Direto com mercado secundário: O Tesouro Direto oferece preços e condições padronizadas; já o mercado secundário pode ter variações de preço
- Não alinhar o título ao objetivo: Escolha o título conforme o prazo
Estratégias para maximizar os ganhos no Tesouro Direto
Maximizar os ganhos no Tesouro Direto exige planejamento, entendimento do cenário econômico e escolhas selecionadas aos seus objetivos. Veja as principais estratégias recomendadas:
1. Diversificação de títulos e prazos
Combine diferentes tipos de títulos (Tesouro Selic, Prefixado e IPCA+) e prazos para equilibrar risco, liquidez e rentabilidade, essa diversificação protege sua carteira diante de mudanças inesperadas nos juros ou na inflação, além de alinhar cada investimento a objetivos de curto, médio e longo prazo.
2. Estratégia “Comprar e Manter”
Mantenha os títulos até o vencimento, especialmente os prefixados e IPCA+, pois assim, você garante a rentabilidade contratada e evita perdas causadas por oscilações de mercado é para quem busca previsibilidade e proteção contra volatilidade.
3. Aproveite o cenário de juros
Em períodos de alta da Selic, priorize o Tesouro Selic, pois ele acompanha a taxa básica de juros e oferece maior segurança e liquidez.
Quando há expectativa de queda dos juros, títulos prefixados e IPCA+ tendem a se valorizar, pois travam uma taxa maior para o futuro, além disso, nesse cenário, comprar esses títulos pode garantir ganhos acima da média caso a Selic realmente caia.
4. Estratégias de alocação por objetivo
- Use o Tesouro Selic para reserva de emergência, devido à liquidez diária e baixa volatilidade.
- Para metas de prazo médio (3 a 10 anos), o Tesouro Prefixado é indicado, pois oferece previsibilidade de rendimento.
- Para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, prefira o Tesouro IPCA+ ou Tesouro RendA+, que protegem contra a inflação e garantem ganho real.
- Reinvista os juros compostos, especialmente nos títulos com cupom semestral, para potencializar o efeito dos juros compostos ao longo do tempo.
Essas estratégias, quando bem aplicadas, aumentam as chances de obter melhores retornos no Tesouro Direto, sempre respeitando seu perfil de risco e seus objetivos financeiros.
Conclusão
Investir no Tesouro Direto é como plantar uma árvore: pode demorar para ver os primeiros frutos, mas, com paciência e disciplina, os resultados aparecem e são recompensadores!
Seja para criar uma reserva, garantir a aposentadoria ou realizar sonhos, o Tesouro Direto é uma porta de entrada perfeita para quem quer começar a investir do zero, pois com poucos reais e algumas horas de dedicação, você já pode mudar o seu futuro financeiro.
FAQs
1. Quanto preciso para começar a investir no Tesouro Direto?
Você pode começar com cerca de R$30, comprando uma fração de um título.
2. É possível perder dinheiro no Tesouro Direto?
Se você segurar o título até o vencimento, não. O risco de perdas acontece apenas se vender antes em momentos de oscilação.
3. Tesouro Direto é melhor que poupança?
Sim! Normalmente oferece maior rentabilidade e é tão seguro quanto.
4. Posso investir no Tesouro Direto pelo celular?
Claro! A maioria das corretoras oferece aplicativos fáceis e intuitivos para isso.
5. O que é a taxa de custódia do Tesouro Direto?
É uma taxa anual cobrada pela B3 para armazenar seus títulos em segurança.